Produtor
FIS Um Solo - Associação Cultural
Sinopse
Tratando-se de um instrumentista que, salvo raríssimas exceções, tem já o costume de se apresentar a solo, dir-se-ia que discutir a presença de B Fachada num festival deste tipo terá o seu quê de tautológico. A não ser, claro, que se julgue necessário fazer uma segunda distinção: entre o músico a solo e o solista. Pois, a verdade é que, em concerto, B Fachada raramente dá mostras de estar só em palco: por tanto saltar de instrumento (do Pianet Hohner para a viola braguesa ou do sequenciador MPC para a guitarra elétrica), sim, mas também por tão frequentemente se socorrer de samples, programações ou pistas pré-gravadas como se viesse demonstrar ao vivo aquela aptidão para estudos de natureza diversa que revelou em disco. E essa ênfase em valores de produção, na orquestração, na comunicação, ou o que se lhe quiser chamar, traz sob tantos aspectos tão grandes vantagens que nunca se poderá considerar propriamente depreciativa. A não ser, mais uma vez, que remeta para um plano inferior uma evidência que importará agora relevar: que, ao longo da sua carreira, é quando está sozinho ao piano que B Fachada aparenta gerar mais emoção. Pense-se em O Ciúme e a Vergonha (2009), em Só te Falta Seres Mulher (2009) ou em partes significativas dos emblemáticos Deus, Pátria e Família (2011) e do álbum homónimo do mesmo ano. Além de que quem o escuta há mais tempo imagina que muitas das suas canções mais populares em discos como B Fachada é Pra Meninos (2010) ou Criôlo (2012) tiveram uma gestação ao teclado. Será uma questão para este recital responder. É Fachada, o piano e os seus temas tal como vêm ao mundo.
Ficha técnica e artística:
Voz e Piano - B Fachada